16 de junho de 2015
4.º
ENCONTRO – DIA 15/06/2015 (PUC Goiás – Área I, BL G Salas 311 e
417)
1.
Sensibilização inicial: “A
escola”, de Paulo Freire
1.
Tema: Os sujeitos da
EAJA
2.
Objetivo:
Dar
continuidade ao estudo e
às reflexões sobre os sujeitos da EAJA, mantendo os objetivos
pontuados no para o encontro anterior, os quais são:
-
Promover o olhar crítico e investigador sobre os sujeitos da EAJA, compreendendo-os como educandos que, ao retornarem aos espaços de educação formal, carregam consigo marcas profundas de vivências constitutivas de suas dificuldades, mas também de esperanças e possibilidades.
-
Entender que a multiplicidade de adolescentes, jovens, adultos e idosos, constitutivos da EAJA, requer compreensão e acolhimento de múltiplas identidades e diversidades.
-
Elucidar que no conceito de sujeitos da EAJA estão incluídos os educadores, co-participantes dos processos históricos, políticos, sociais, ambientais e educacionais em que se inserem os educandos.
3.
Ações estratégicas:
3.1
Retomada das problematizações no “Pergaminho” sobre os sujeitos
da EAJA.
3.2
Socialização, pelos participantes do GTE, do estudo realizado em
seus lócus
de atuação da “Sistematização dos eixos do currículo
referentes ao acompanhamento pelas URE durante o 2º semestre de
2014”, trazendo as propostas de solução dadas coletivamente aos
desafios e às sugestões.
3.3
Estudo:
Em
pequenos grupos, retomar o texto “TUDO
JUNTO: As especificidades dos/as educandos/as jovens e adultos” e
“As relações de gênero: é possível tornar-se mulher na
Educação de Jovens e Adultos!”, de Jerry Adriani da Silva a
partir das seguintes questões:
-
Jerry Adriani aponta duas discussões importantes no texto, “sujeito e gênero”. Como o grupo avalia as concepções defendidas pelo autor?
-
Poderíamos pensar escolas como espaços de afirmação da diversidade, refutando políticas massificadoras de integração que anulam as diversidades? Quais movimentos criar ou quais mudanças de mentalidade empreender para que o “tom” da convivência entre os múltiplos sujeitos não seja compreendido apenas como conflito?
O
quarto encontro do GTE de avaliação e reescrita da PPP da EAJA foi
iniciado com o João Luís dedicando ao grupo o poema “A escola”,
de Paulo Freire. Em seguida, trouxe a memória do encontro anterior.
Subdividindo
o grupo, Fabiano conduziu a continuidade da discussão sobre os
sujeitos da EAJA, a partir dos textos de Jerry Adriani, iniciado no
encontro anterior, propondo as seguintes reflexões: 1. Jerry
Adriani aponta duas discussões importantes no texto, “sujeito” e
“gênero”. Como o grupo avalia as concepções defendidas pelo
autor? 2. Poderíamos
pensar escolas como espaços de afirmação da diversidade, refutando
políticas massificadoras de integração que anulam as diversidades?
Quais movimentos criar ou quais mudanças de mentalidade empreender
para que o “tom” da convivência entre os múltiplos sujeitos não
seja compreendido apenas como conflito? Num
movimento de partilha das reflexões feitas nos pequenos grupos,
Cláudia trouxe a compreensão de sujeito como uma instância ampla,
apontando para as interfaces da política, da participação social e
do mundo da cultura, pontuando sobre a necessidade de garantir a esse
sujeito o espaço do diálogo, do exercício da fala, da
participação, da tomada de decisões... No que se refere à
discussão de gênero, Cláudia pontuou sobre a necessidade de
rompermos com as relações de poder e de superioridade do homem em
relação à mulher e com as construções mentais e representações
desiguais decorrentes dessa relação. Nesse sentido, Fabíola
partilhou a experiência particular vivenciada em sua unidade
escolar, onde são constantemente feitos relatos de agressão física
e verbal de homens em relação às mulheres, sobretudo dos maridos
em relação às esposas; realidade
que impulsionou o coletivo dessa unidade escolar a elaborar um
projeto específico sobre as questões de gênero e do direito;
notando-se, assim, no decorrer do projeto, dificuldades nas próprias
mulheres de compreenderem e aplicarem seus direitos legais. Cláudia
relatou incompreensão dessa dimensão do direito específico da
mulher também pelo coletivo de professores. Nesse sentido, Fabiano
pontuou que os conflitos de gênero dão-se não apenas na relação
homem-mulher, mas também quanto às demais orientações sexuais. E,
ainda nesse rumo, Alba Valéria fez a defesa do direito humano,
independentemente das diferenças socioeconômicas, étnico-raciais,
de orientação sexual e das questões de gênero. Propôs ainda que
abarcássemos a discussão dos conflitos também pelo viés da luta
de classes, fazendo as seguintes provocações: “Como quebrar
‘esquemas’ e consciências historicamente formadas numa ideologia
hierarquizante e, nesse sentido, quais referências buscar?”, “Que
acompanhamento escolar promover?”, “Como promover uma formação
na contramão dessa lógica excludente historicamente construída?”.
Marta
trouxe a necessidade de empoderarmos o coletivo de educadores,
rompendo com preconceitos e aprofundando o conhecimento sobre o tema,
numa perspectiva que atinja não apenas pequenos grupos e
representantes, mas toda a coletividade de educadores. Marta ponderou
ainda sobre a dificuldade da compreensão do currículo a partir da
realidade dos educandos e do trabalho coletivo, posicionando-se sobre
a necessidade de união de esforços no enfrentamento dessa
dificuldade.
Sérgio
também falou sobre a resistência percebida nos educadores quanto ao
trabalho coletivo, o ato de planejar junto, ressaltando que consegue
perceber essa mobilização coletiva apenas em movimentos de lutas
por garantias de direitos e melhorais para a classe, e não para a
atuação pedagógica no cotidiano escolar. Chamou à reflexão:
“Como romper com esse esquema?”, Como criar outra consciência,
não colonizada?”. Então propôs que nas escolas os educadores se
unam e criem formas de organização do trabalho que quebrem com o
funcionamento hegemonizados desde a colonização.
João
Luís trouxe a experiência de uma escola da RME que consegue
dialogar efetivamente com os educandos e que criam com eles e
pautados em suas necessidades projetos e ações pedagógicas. Também
falou de outra escola que fez um movimento de autoavaliação e
conseguiu, a partir daí, buscar a solução para os desafios e
dificuldades no interior da própria instituição; ressaltando a
importância da troca de experiências entre as escolas para o
enriquecimento desse processo.
Leiliane
apontou a relevância da formação continuada experimentada com as
dez escolas do Proeja Fic/PRONATEC, que traz novas possibilidades de
organização curricular e estratégias de trabalho, como as aulas
compartilhadas. Falou, ainda, da relevância da formação em
contexto mediatizada pelo coordenador pedagógico.
Divino
ressaltou o quanto a atual PPP da EAJA já é consistente\densa, mas
que lhe entristece perceber nas escolas um movimento de “sabotagem”
(expressão utilizada por ele) dessa PPP. Propôs, assim, um olhar
atento nesse processo de avaliação e reescrita da PPP, chamando a
atenção para a sua efetivação.
Jovenília
reforçou a necessidade de aprofundarmos as questões levantadas por
Alba Valéria, trazendo o sujeito para o debate, sem fragmentá-lo em
elementos, mas buscando a compreensão da história envolvida nas
construções e os conflitos que se dão entre pessoas que convivem,
as relações de poder e a diversidade.
Carlos
fez a proposição de entendermos os sujeitos da EAJA e as dimensões
concernentes ao tema como objeto de estudo para a formação
continuada. E pontuou ainda sobre a conjuntura atual, tanto em
cenário local como em todo o Brasil, de um forte e ostensivo
movimento conservador, fundamentalista e “biologizante” na
abordagem e na luta política sobre o tema, contrariando inclusive
princípios do direito e a diversidade. E indaga: “Como fazer
frente a essa realidade dicotomizada, cujas ideias também são
compartilhadas por grande parte de nós, educadores?”
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